terça-feira, 5 de junho de 2012

Alunos da Segunda série - Lógica Clássica






Regras do Silogismo Categórico (regular):
O silogismo categórico regular tem só três proposições e somente três termos.
  O termo médio nunca pode entrar na conclusão.
 O termo maior é predicado na conclusão e o termo menor é sujeito da conclusão.
 4ª O termo médio tem que ter extensão universal pelo menos numa das premissas.
 5ª Nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.
Regra da mais fraca: na conclusão segue-se a parte mais fraca:
a) proposição negativa é mais fraca do que a proposição afirmativa;
b) a proposição particular é mais fraca do que a proposição universal.
 7ª De duas premissas negativas nada se pode concluir (neste caso o termo médio não desempenha o seu papel de mediador entre os termos maior e menor).
De duas premissas particulares nada se pode concluir.
- porque, se as duas premissas são particulares afirmativas, desrespeita-se a regra que exige que o termo médio seja tomado pelo menos uma vez universalmente.
- porque, se uma das premissas particulares é negativa, embora o termo médio seja tomado universalmente como predicado da negativa, acontece que o termo maior irá ter na conclusão maior extensão do que na premissa, o que é ilegítimo.
- porque, se as duas premissas particulares são negativas, desrespeita-se a regra segundo a qual nada se pode concluir de duas premissas negativas.


Identidade cultural - Primeira série de sociologia


Sociologia – 1ª. Série do ensino Médio
Os dois relatos abaixo mostram que todos os povos criam sua cultura que os identifica e os diferencia dos outros; mostram também que os valores são criações socioculturais e, por isso, são aprendidos e não heranças genéticas.

CULTURA
Certa vez, o governo do estado da Virgínia, nos Estados Unidos, sugeriu a uma tribo de índios que enviasse alguns de seus jovens para estudar nas escolas dos brancos. Na carta-resposta, o cacique indígena Seattle recusa:
“Nós estamos convencidos, portanto, de que os senhores desejam o nosso bem e agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa.
Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo ou construir uma cabana, e falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres senhores de Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles homens.”.
(citado por Carlos Rodrigues Brandão, O que é educação, p. 8-9).

“Há alguns anos, conheci em Nova York um jovem que não falava uma palavra em inglês e estava evidentemente perplexo com os costumes americanos. Pelo “sangue”, era tão americano como qualquer outro, pois seus pais eram de Indiana e tinham ido para a China como missionários.
Órfão desde a infância, fora criado por uma família chinesa, numa aldeia perdida. Todos os que os conheceram o acharam mais chinês do que americano. O fato de ter olhos azuis e cabelos claros impressionava menos que o andar chinês, os movimentos chineses dos braços e das mãos, a expressão facial chinesa e os modos chineses de pensamento.
A herança biológica era americana, mas a formação cultural foi chinesa. Ele voltou para a China.”.
(KLUCKHOHN,  Clyde. Antropologia – uma espelho para o homem).

Professora Andrea Ramos: Ética (Terceira série do ensino Médio - Segundo bimestre)

Professora Andrea Ramos: Ética (Terceira série do ensino Médio - Segundo bimestre)

Professora Andrea Ramos: Ética (Terceira série do ensino Médio - Segundo bi...

Professora Andrea Ramos: Ética (Terceira série do ensino Médio - Segundo bi...: Ética Liberdade e determinismo Na mitologia, grega várias narrativas expressam a crença em um destino inexorável que, por mais que s...

Ética (Terceira série do ensino Médio - Segundo bimestre)


Ética

Liberdade e determinismo
Na mitologia, grega várias narrativas expressam a crença em um destino inexorável que, por mais que se fuja dele, não é possível escapar dos eventos já reservados para a vida de cada um. Algumas vezes, como ocorreu com Édipo Rei, isso se mostra de mostra de forma bastante cruel: Édipo faz de tudo para não cumprir o destino vaticinado pelo oráculo de matar o próprio pai e de se casar e ter filhos com a própria mãe, mas parece que todos os seus atos o levam justamente ao encontro do que não podia deixar de acontecer. O destino se cumpre justamente quando Édipo pensa ter conseguido escapar dele. Ao perceber seu fracasso, Édipo, completamente frustrado e desgraçado, fura os próprios olhos para não mais vislumbrar o que a vida odienta lhe reservara. Aí todos percebem que não controla a própria vida, que não há liberdade absoluta.
Outras figuras gregas ligadas à fatalidade da vida são as três Moiras (“destino”): Cloto, a fiandeira, tece os fios dos destinos humanos; Láquesis, a sorte, coloca o fio no fuso e Átropos, a inflexível, corta o fio da vida de cada mortal.
Analisando a história de Édipo e das Moiras, percebemos que não há como pensar em sujeito moral, responsável pelos seus atos já que tudo em sua vida ocorre à revelia de sua vontade. As ações humanas nas mãos do destino ou da fatalidade não são autônomas. Então o indivíduo não deveria responder pelos seus atos pois está limitado à heteronomia (normas dadas por outros).
Ao contrário do sujeito autônomo, o ser determinado é levado a agir de alguma maneira por coação, por obrigação, por desejos, por impulsos, por necessidade, sem poder interferir, sem poder escolher. Esse ser é causado por fatores alheios a sua vontade, ou melhor, ele não tem vontade própria.
Determinismo científico
Tudo na natureza tem uma causa, todos os fenômenos naturais são percebidos pelo ser humano como sendo regidos por leis causais (causa e efeito). Assim, na natureza não há liberdade, há necessidade.
Necessidade se opõe a contingência, que significa “o que pode ser de um jeito ou de outro”. O conhecimento científico não pode ser construído sobre fatos isolados, contingentes, que não seguissem ordenação alguma. Seria impossível fazer previsões e mesmo definições. Não haveria certezas ou verdades definitivas. Se é que elas existem (a história das ciências está repleta de exemplos que mostram o caráter relativo e histórico da verdade).
As ações humanas e o determinismo
Estender a lei da causa e efeito ás ações humanas significa afirmar que tudo o que se faz é determinado por algo estranho à vontade do ser humano, ou que o conteúdo da vontade e razão não estão juntas, sendo o conteúdo da vontade intangível ao controle da razão.
Seria o caso do determinismo dos desejos inconscientes, da genética, dos fatores sócias, fatores climáticos, etc. A literatura do século XIX e as hipóteses psicológicas, psiquiátricas e políticas dão exemplos da crença nesses determinismos, que culminam no preconceito, no etnocentrismo, na criação de estereótipos e estigmas que segregam e inferiorizam indivíduos e grupos.
São exemplos o machismo, o racismo, o preconceito de gênero, de origem, o preconceito social, o estabelecimento do que é normal e do que é patológico, a criminalização da pobreza, enfim a percepção social negativa de indivíduos de acordo com teorias pseudocientíficas ultrapassadas.

Alguns ditados e ideias populares ilustram bem esses determinismos:
“Filho de peixe, peixinho é”; “Quem sai aos seus não degenera”; “Pau que nasce torto, morre torto”; “Mulher no volante, perigo constante”; “Homem não chora”; “Quem vive com porcos, farelo come”,...

Os valores sociais e culturais são condicionantes sim, os herdamos ao nascermos e sermos criados dentro de uma determinada sociedade e grupo já organizados. Contudo, saber que podemos saber, perceber que nossas ações sofrem influências diversas, que somos seres sociais e não indivíduos isolados na natureza, que os valores que cultivamos são criações humanas e não naturais, torna possível a ruptura com esses mesmos valores e a escolha de outros rumos. É a própria consciência dos diversos pretensos determinismos que pode conduzir o ser humano à liberdade de ação e à responsabilidade, pois fica claro que não há como não ser um ser social.



Quem sou eu

Minha foto
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Professora de filosofia e sociologia, graduada e licenciada pela UFRJ; fiz especialização em Filosofia Moderna e Contemporânea na UERJ e sigo estudando tudo o que me interessa e, infelizmente, trabalhando (trabalho-tortura)mais do que gostaria.