quinta-feira, 22 de março de 2012

Alunos do segundo ano do C.E. Olga Benário Prestes - 1o. Bimestre

Abaixo está o resumo do capítulo do livro e as atividades do próprio livro que fixam o tema.
Capítulo 9 e p. 238 e 239 do livro Fundamentos de Filosofia (Gilberto Cotrim)
O conhecimento – produto da ação de conhecer; conjunto de saberes adquiridos.
Gnosiologia – campo de estudos filosóficos que se dedica à questão do conhecimento – Teoria do conhecimento, epistemologia.
Concepção básica e comum de conhecimento – apresentação verídica ou adequada de algo (o objeto) ao pensamento (sujeito).
Ou seja, meu pensamento é capaz de fazer uma representação mental, ou de corresponder, ao real que se apresenta para mim.
Nossa razão nos possibilita essa correspondência, mas, conforme os céticos apontaram, as certezas podem ser arbitrárias ou probabilidades; como apontaram Descartes e mesmo Platão, podemos estar nos iludindo, tomando aparências como essências.
O processo do conhecimento
Alguns filósofos perceberam que era preciso, antes de qualquer coisa, entender a própria capacidade de conhecer, a razão, saber seus limites, antes de aderir a qualquer resposta.
Desde a antiguidade o conhecimento é um problema para os filósofos:
·         Como é a atividade do sujeito em relação ao objeto?
·         Qual é a origem ou a fonte do conhecimento, a razão ou os sentidos?
·         Como dados da sensibilidade se transformam em idéias, juízos?
·         Que objetos podemos conhecer? Por que alguns podemos pressupor, mas não conhecer realmente?
Na Idade Moderna, com Descartes, Locke,Kant e Hume, a teoria do conhecimento torna-se um campo central da filosofia, mesmo que antes disso, todos os filósofos já tivessem questionado o que se pode conhecer e qual a fonte do conhecimento.
Representacionismo – entende o conhecimento como uma correspondência entre objeto e pensamento. Então, conhecer seria representar na mente o que está fora da mente. Essa representação seria fiel ao objeto representado.
A mente seria um espelho da natureza.
Atividade do livro: exercício p. 157. Quadro de René Magritte, “A condição humana”.
Relação sujeito-objeto
No representacionismo há dois pólos no processo de conhecimento:
Sujeito (a nossa mente, nossa consciência) e objeto (o mundo, a realidade)
- A representação que fazemos do que chamamos real, é verídica? Há um real fora de nós para ser representado?
Realismo
A percepção que temos do objeto é real, ou seja, corresponde de fato ao objeto que existe fora da mente.
O senso comum é realista, mas trata-se de um realismo ingênuo: nossa razão ou sentidos é capaz de captar imediatamente as características do objeto. O objeto se desvela como realmente é para o sujeito. Isto é conhecimento.
Idealismo
Ao invés do objeto ser determinante, como no realismo, no idealismo é o sujeito quem predomina no processo de conhecimento.
Nossa consciência produz uma percepção da realidade, então os objetos são “construídos” de acordo com a capacidade de percepção do sujeito.
Assim, não se tem certeza do objeto e sim da representação que o sujeito faz do objeto.
Atividade do livro - Conversa filosófica – p.158
Qual doutrina faz mais sentido para você, a realista ou a idealista? Por quê?
As fontes primeiras do conhecimento - razão ou sensação?
De onde se originam as idéias, os conceitos, as representações? Como chegam à mente? São inatas ou adquiridas?
Racionalismo – Razão
Confia exclusivamente na razão para conhecer a verdade.
Segundo Descartes (1596-1650), os sentidos nos enganam às vezes, então não se pode confiar neles como fonte de conhecimento verdadeiro. O que engana uma vez pode enganar outras vezes.
Os sentidos são confusos, relativos, subjetivos, captam somente partes da realidade, já a razão trabalha com princípios lógicos imutáveis e quando conclui algo, essa verdade é universalmente válida.
Os princípios lógicos são inatos (princípio da identidade, do terceiro excluído, da não-contradição e da causalidade). E se já estão na mente do ser humano desde o nascimento, determina que a razão é a fonte básica do conhecimento.
Empirismo
Empeiria – experiência
Todas as ideias são provenientes da experiência e das nossas percepções sensoriais (os cinco sentidos).
John Locke (1632-1704): “Nada vem à mente sem ter passado antes pelos sentidos”.
Nossa mente, ao nascermos, é um papel em branco, segundo Locke. É a experiência que supre a mente de idéias.
As duas operações da experiência são: Sensação (que leva para a mente as diversas percepções das coisas e depende dos sentidos) e Reflexão (operação interna da mente, desenvolvendo as idéias fornecidas pelos sentidos).
David Hume (1711-1776) afirmava que tudo o que percebemos são impressões (dados fornecidos pelos sentidos) e idéias (representações mentais derivadas das impressões).
Toda idéia é uma representação de alguma impressão.
Através da crença ou do hábito somos levados a tirar conclusões gerais como se fossem conclusões necessárias. Contudo, tudo o que conseguimos num raciocínio indutivo são probabilidades.
Atividade do livro - Conversa filosófica – p.240
Criticismo ou apriorismo kantiano
Kant, (1724-1804) buscou um meio termo entre as duas visões opostas anteriores.
Todo conhecimento começa com a experiência, mas somente a experiência não leva ao conhecimento.
O sujeito organiza os dados da experiência; esse sujeito é a priori (anterior a qualquer experiência, senão não poderia organizá-la)
O sujeito possui faculdades ou estruturas a priori que são as formas da sensibilidade e do entendimento que possibilitam a experiência e o entendimento.
A experiência fornece a matéria e a razão organiza essa matéria e acordo com as estruturas acima citadas.
Atividade do livro P.160
1. Explique o significa afirmar que ao nascermos, nossa mente é como um papel em branco.
O que podemos conhecer? Somos capazes de conhecer a verdade? É possível conhecer o ser em si ou somente o ser para mim?
Dogmatismo filosófico
Acredita que a razão é capaz de apreender a realidade tal como ela é, que é possível conhecer a verdade absoluta e, sobretudo, não se parte de um questionamento dos limites e possibilidades da razão.
Dogmatismo ingênuo – no senso comum; confia plenamente nas possibilidades do conhecimento, seja pela razão, seja pelos sentidos, embora não saiba explicar como e por que.
Dogmatismo crítico – confia que por meio de um método adequado, racional, o ser humano é capaz de conhecer a realidade verdadeira.
Ceticismo
Duvida ou nega a possibilidade de conhecermos a verdade.
Ceticismo absoluto – o sofista Górgias e filósofo Pirro seriam representantes do ceticismo radical; negam a possibilidade do conhecimento verdadeiro, inclusiva negam que haja uma verdade absoluta para ser conhecida.
Segundo Pirro os sentidos podem nos induzir ao erro, mas a razão também é limitada, visto que existem opiniões contrárias sobre os mesmos assuntos, impedindo que tenhamos certeza de algo.
Ceticismo moderado
Nega apenas parcialmente a nossa capacidade de conhecer a verdade.
O subjetivismo considera o conhecimento algo subjetivo e pessoal. O representante desse ceticismo seria Protágoras que afirmava que o homem é a medida de todas as coisas, isto é, a verdade é uma construção humana.
O relativismo entende que as verdades são relativas ao tempo e ao espaço, a um contexto histórico.
O probabilismo entende que não somos capazes de atingir a certeza, apenas verdades prováveis.
O pragmatismo afirma que a verdade é o que é útil, que serve aos interesses das pessoas em sua vida prática.
Atividade do livro - Conversa filosófica p. 163 - 3. e leitura dos textos de Descartes e de Hume.


Para os alunos do segundo e do primeiro ano do Olga Benário

2º. Ano – 1º. Bimestre
Da Consciência crítica à sabedoria – p.78 a 83 do livro Fundamentos  de Filosofia (Gilberto Cotrim)
Consciência filosófica – tornar a pessoa mais consciente e conduzir a vida de forma mais sábia e feliz.
Terá sido preciso incorporar a as práticas do estranhamento, da dúvida, do questionamento e do dialogo à sua maneira de observar e se relacionar com o mundo e consigo mesmo. Isso é a Atitude Filosófica.
Atitude filosófica – fundada no senso crítico ou atitude crítica
Crítico – julga e avalia uma idéia com cuidado e profundidade, buscando as origens, validade, coerência, etc.
A consciência filosófica é uma consciência crítica, inclusive faz de si objeto de análise filosófica.
O senso crítico pode ser desenvolvido.
É preciso começar examinando as noções do senso comum presentes em nossa vida.
Senso comum – opiniões e valores que se tornam consensuais e acabam sendo percebidos como verdadeiros naturais e necessários.
O senso comum é transmitido através das conversas distraídas da vida cotidiana, é passado de geração para geração, através dos meios de comunicação de massa.
O senso comum é um conjunto de generalizações, opiniões subjetivas, cujas origens já foram perdidas de vista.
Muitas frases feitas e ditados populares que são encarados como verdades ou sabedoria popular pela maioria, são concepções do senso comum e, frequentemente, expressam um preconceito ou conhecimento infundado.
Independente de alguma idéia do senso comum ser verdadeira ou eficiente, ela se caracteriza por sua falta de fundamentação. São idéias repetidas irrefletida e automaticamente.
A Consciência crítica pode ser desenvolvida – reconhecer que estamos cercados por ideias, valores preestabelecidos, transmitidos e acolhidos sem análise e sem crítica, nos torna mais atentos e investigativos.
Uma consciência crítica realiza um diálogo interno onde o objeto de análise crítica é a própria consciência.
No processo de conscientização podemos destacar dois movimentos da consciência:
·         consciência de si – consciência focada nos próprios estados interiores do sujeito: é  a reflexão. Através da tomada de consciência de si constroem-se a interioridade, a subjetividade e a identidade.
·         Consciência do outro – consciência focada nos objetos exteriores. A atenção (um dos processos mentais) alcança a alteridade, isto é , a dimensão do outro, sem contudo, ser o outro, ou a objetividade.
A consciência direta só temos de nossa própria interioridade; os outros, conhecemos observando sua conduta e seus discursos, mas não alcançamos sua interioridade.
A consciência se desenvolve a partir da reflexão sobre si mesma  e da atenção sobre o mundo. É preciso conjugar ambas para não haver perda de identidade pessoal ou formação de identidade egocêntrica ou narcisista.

Quem sou eu

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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Professora de filosofia e sociologia, graduada e licenciada pela UFRJ; fiz especialização em Filosofia Moderna e Contemporânea na UERJ e sigo estudando tudo o que me interessa e, infelizmente, trabalhando (trabalho-tortura)mais do que gostaria.