Sociologia – 1ª.
Série do ensino Médio
Os dois relatos abaixo mostram que todos os povos criam sua cultura que os identifica e os diferencia dos outros; mostram também que os valores são criações socioculturais e, por isso, são aprendidos e não heranças genéticas.
CULTURA
Certa vez, o governo do estado da Virgínia, nos Estados
Unidos, sugeriu a uma tribo de índios que enviasse alguns de seus jovens para
estudar nas escolas dos brancos. Na carta-resposta, o cacique indígena Seattle
recusa:
“Nós estamos convencidos, portanto, de que os senhores
desejam o nosso bem e agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios
reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo
assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação
não é a mesma que a nossa.
Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas
escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram
para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de
suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo ou
construir uma cabana, e falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto,
totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como
conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora
não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres
senhores de Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo
o que sabemos e faremos deles homens.”.
(citado por Carlos
Rodrigues Brandão, O que é educação, p.
8-9).
“Há alguns anos, conheci em Nova York um jovem que não
falava uma palavra em inglês e estava evidentemente perplexo com os costumes
americanos. Pelo “sangue”, era tão americano como qualquer outro, pois seus
pais eram de Indiana e tinham ido para a China como missionários.
Órfão desde a infância, fora criado por uma família chinesa,
numa aldeia perdida. Todos os que os conheceram o acharam mais chinês do que
americano. O fato de ter olhos azuis e cabelos claros impressionava menos que o
andar chinês, os movimentos chineses dos braços e das mãos, a expressão facial
chinesa e os modos chineses de pensamento.
A herança biológica era americana, mas a formação cultural
foi chinesa. Ele voltou para a China.”.
(KLUCKHOHN, Clyde. Antropologia
– uma espelho para o homem).
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