terça-feira, 5 de junho de 2012

Identidade cultural - Primeira série de sociologia


Sociologia – 1ª. Série do ensino Médio
Os dois relatos abaixo mostram que todos os povos criam sua cultura que os identifica e os diferencia dos outros; mostram também que os valores são criações socioculturais e, por isso, são aprendidos e não heranças genéticas.

CULTURA
Certa vez, o governo do estado da Virgínia, nos Estados Unidos, sugeriu a uma tribo de índios que enviasse alguns de seus jovens para estudar nas escolas dos brancos. Na carta-resposta, o cacique indígena Seattle recusa:
“Nós estamos convencidos, portanto, de que os senhores desejam o nosso bem e agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa.
Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo ou construir uma cabana, e falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres senhores de Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles homens.”.
(citado por Carlos Rodrigues Brandão, O que é educação, p. 8-9).

“Há alguns anos, conheci em Nova York um jovem que não falava uma palavra em inglês e estava evidentemente perplexo com os costumes americanos. Pelo “sangue”, era tão americano como qualquer outro, pois seus pais eram de Indiana e tinham ido para a China como missionários.
Órfão desde a infância, fora criado por uma família chinesa, numa aldeia perdida. Todos os que os conheceram o acharam mais chinês do que americano. O fato de ter olhos azuis e cabelos claros impressionava menos que o andar chinês, os movimentos chineses dos braços e das mãos, a expressão facial chinesa e os modos chineses de pensamento.
A herança biológica era americana, mas a formação cultural foi chinesa. Ele voltou para a China.”.
(KLUCKHOHN,  Clyde. Antropologia – uma espelho para o homem).

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Quem sou eu

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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Professora de filosofia e sociologia, graduada e licenciada pela UFRJ; fiz especialização em Filosofia Moderna e Contemporânea na UERJ e sigo estudando tudo o que me interessa e, infelizmente, trabalhando (trabalho-tortura)mais do que gostaria.