Filosofia – terceiro Ano – Professora: Andrea Ramos
Revisão do 3º. bimestre
Michel Foucault e a sociedade disciplinar e de controle: Sociedade Moderna cria instituições capazes de exercer vigilância contínua sobre as pessoas com o objetivo de padronizar os comportamentos. Vigilância e punição não precisam mais ser sinônimo de aprisionamento e violência física. O panóptico está por toda parte, vigiando sem ser visto; punindo sutilmente e formando os corpos dóceis, obedientes e padronizados.
O biopoder é exercido sobre as populações no intuito de padronizar sua saúde e sua doença. podendo classificar os indivíduos ou grupos como normais ou patológicos. Há instrumentos e cálculos que medem a partir de parâmetros preestabelecidos e ditam o que é a temperatura normal, a pressão arterial normal, o peso, a altura, expectativa de vida, natalidade, etc. como consequência, uma série de medidas preventivas e curativas são tomadas por parte das instituições de saúde: campanhas pela vacinação, pelo uso de preservativos, etc. de acordo com o que é desejável para aquela população.
Ideologia – sistema de idéias; uma forma de consciência; uma explicação da realidade;...
Para o filósofo alemão Karl Marx, a ideologia é um falseamento da realidade porque ela é uma explicação forjada para encobrir a situação social real: a exploração do trabalho pela classe dominante; a desigualdade da sociedade de classes; a alienação do trabalhador; a pequena probabilidade de mobilidade social pelo trabalho; a “coisificação” do homem; a “humanização” da mercadoria; a reificação do sistema.
Essa explicação ilusória tem como objetivo, então, manter a população sem consciência do que está realmente acontecendo, manter o trabalhador sem consciência de classe – que o levaria a perceber que muitas outras pessoas sofrem da mesma exploração e estigmatização que ele, transformando pessoas em coisas (coisa não pensa, não deseja, não cria) e a população em massa.
Massa: amontoado de matéria sem forma, pois está ali para ser manipulada e moldada. Se uma população é percebida como massa, ela vai receber a forma que a elite que detém o poder dominante, que se faz perceber como detentora das verdades, quiser. Assim, os meios de comunicação de massa dirigem-se a espectadores “sem rosto”, sem senso crítico, sem identidade. TV e Internet podem informar, distrair, mas sua função principal estaria em formar opiniões pois, desde os telejornais, às telenovelas e propagandas de produtos, todos se dirigem aos espectadores dizendo-lhes o que é certo, o que se deve fazer, vestir e gostar.
A ideologia é bem sucedida no falseamento da realidade de acordo com o seu poder persuasivo e ausência de senso crítico das pessoas. Em geral ela se desenvolve através de:
· Difusão de valores predeterminados; valores tradicionais: o que leva a percepção dos mesmos como sagrados e incontestáveis.
· Discurso generalizante: consegue divulgar os valores de uma classe como sendo os valores válidos para todas as classes.
· Discurso lacunar: omite a verdadeira origem dos valores, o que permite que sejam percebidos como naturais e imutáveis.
Immanuel Kant (1724 – 1804) – Ética e Direito
· A razão humana é legisladora, ou seja, é capaz de elaborar normas universais (válidas para todo ser racional);
· Ser racional: autônomo, livre e autodeterminante, por isso destaca-se do restante da natureza;
· Se é racional, tem a obrigação de viver como agente racional;
· A dignidade humana está em sua racionalidade;
· Dever e liberdade são noções que se confundem, embora pareça que o dever impede a liberdade;
· Ao obedecer a uma norma moral, o ser racional obedece à razão livre, pois foi essa razão que determinou o que é correto;
· Para Kant, agir por dever é agir segundo as normas que a razão livre criou;
· Livre: livre de tutelas, das coerções, dos dogmas.
· O ser humano, ser racional, deve ser considerado como fim e não como meio.
“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na sua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre como fim e nunca como meio”.
“Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se transforme em lei universal”
· As fórmulas acima são chamadas por Kant de Imperativo categórico: nossa ação, para ser moral, deve poder ser universalizada, realizada por todos os outros indivíduos, sem prejuízo a humanidade.
· Ao questionar se a máxima (mandamento interno) da minha ação pode ser universalizada, estou realizando uma reflexão ética;
· Ao contrário do Imperativo categórico, no Imperativo hipotético (hipótese: ”se eu obedecer eu consigo algo...”) o fim não se confunde com o meio; ou seja, a finalidade da ação não é o cumprimento da norma.
Ex.: Não dirigir alcoolizado por medo da lei Seca e não por respeito à integridade física dos outros e de si mesmo;
· O imperativo categórico se opõe ao “jeitinho brasileiro”, “levar vantagem em tudo”, “os fins justificam os meios”,...
Atualidade do Imperativo categórico
· Do ponto de vista empírico e utilitário, obedecer as leis é sempre mais vantajoso porque não se sofre sanções – isso é o Imperativo hipotético;
· O imperativo categórico segue o princípio da moralidade, tendo como pressuposto a garantia da dignidade do ser racional;
· Nem sempre as ações ocorrem segundo o imperativo categórico e sim segundo o imperativo hipotético.
· Para o Direito o que importa é a ação e não o que motivou a ação.
· Para a ética de Kant, a questão se localiza nas intenções, nos motivos internos do agente.
· Ética e Direito são duas esferas separadas.
· A afirmação “sua liberdade termina onde começa a do outro” não é necessariamente moral se for condicionada pelo medo das punições, pelas regras impostas pela sociedade, etc.
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